Arquivo para o caso laura

Em São Joaquim da Barra – Agosto de 2011

Posted in eventos, literatura brasileira with tags , , , , , , , on 10/05/2011 by André Vianco

Vídeo da Bienal do Rio de Janeiro.

Posted in a vida como ela é, audiovisual, eventos, literatura brasileira, literatura fantástica, literatura nacional, Uncategorized with tags , , , , , , , on 09/20/2011 by André Vianco

Abaixo assista o vídeo da minha ida a Bienal do Rio de Janeiro em 2011. Fui em ótima companhia, da esposa Marisa, da cineasta Liz Marins (Liz Vamp) e da escritora Cris Lasaitis, todas amigas e divertidas. Seguimos pela Dutra até o trevo de Barra Mansa onde peguei a estrada de Lídice, fazendo o caminho final pela Rio-Santos. Bem, as mulheres enjoaram um bocado nas curvas da serra e que me obrigou a fazer duzentas paradas, mas tudo bem né, afinal de contas a paisagem da Rio-Santos compensa qualquer parada… e viagem boa é assim, feita com tempo para apreciar a vista e as peculiaridades do caminho.

No Programa do Jô

Posted in a vida como ela é, literatura brasileira, literatura fantástica, literatura nacional, novidades!, vampiros with tags , , , , , , , , on 04/21/2011 by André Vianco

Para quem não assistiu a entrevista na madrugada do dia 21 de abril de 2011, aqui está o link para assistir via Youtube.

Fotos do lançamento em São Paulo

Posted in a vida como ela é, eventos, literatura brasileira, literatura fantástica, literatura nacional, novidades! with tags , , , , , on 04/20/2011 by André Vianco

Entrevista com Jô Soares em abril 2011

Olá. Essa semana fui entrevistado mais uma vez por Jô Soares. Minha primeira aparição foi em 2001. Essa semana, 10 anos depois, dei a entrevista completamente nervoso mais uma vez. Isso que dá ser entrevistado por um de seus heróis. hahahaha.

Bem, segue nesse post mais fotos da tarde de autógrafos em São Paulo celebrando o lançamento de “O caso Laura”.

Uma tarde fantástica em São Paulo!

Posted in eventos, literatura brasileira, literatura fantástica, literatura nacional, novidades! with tags , , , , , , on 04/11/2011 by André Vianco

Sabe como é mulher, né. Eu já falo que vou sair umas duas horas mais cedo do que preciso, mas não tem jeito, a dona Marisa sempre da um jeito de eu sair atrasado para os eventos em SP. Incrível. O que dizer então de uma casa comanda por 4 mulheres? Pq ontem aconteceu o q eu eu temia, por volta das dez da manhã a patota feminina saiu de casa para ir ao cabeleireiro. Marisa e as 3 pequerruchas. Ainda bem que eu menti o horário pra sair, consegui chegar SÓ 20 minutos atrasado para o encontro com blogueiros. Tá, o trânsito ajudou também a complicar um pouquinho, pq toda vez que eu lanço livro em SP, chove. Vai entender.

Valeu a pena esperar minhas meninas. ^^

1° encontro com blogueiros em SP

Agora, o que interessa mesmo, é que a tarde de lançamento do livro “O caso Laura” em SP foi um sucesso. Desde o evento com os blogueiros, que foram, compareceram, trocaram impressões sobre o livro novo e conversaram comigo sobre novos e possíveis projetos até a recepção dos leitores que compareceram em peso ao evento. Olha, passaram mais de 300 pessoas por lá, um bocado delas trazendo os famosos bolinhos de livros, que agora aumentou em uma unidade.

Espero, de coração, que vcs adorem esse livro igual a todos os outros.

Estou imensamente grato a presença e paciência de todos que apareceram por lá e esperaram naquela fila imensa cerca de duas a três horas para conversar comigo. Muitos dizem que o momento que chegam a minha mesa para trocar algumas palavras é um momento especial, pois acredite que igualmente especial para mim também, independente da quantidade de gente que eu tenha falado no dia.

Logo mais posto alguns vídeos bem interessantes aqui pra vcs conhecerem meus leitores. Essas poucas fotos ai são só um aperetivo.

abraços.

Grande Neiva, leitor há uma década já, acompanhando os eventos. Obrigado pela presença!

O caso Laura – Rio de Janeiro

Posted in a vida como ela é, eventos, literatura brasileira, literatura fantástica, literatura nacional, novidades! with tags , , , , , , , , on 04/09/2011 by André Vianco

O lançamento do novo livro “O caso Laura” não poderia ter sido melhor. Foi uma noite muito especial a da última quarta-feira, dia 6 de abril. Entrar numa livraria e se deparar com uma fila de leitores e uma porção de amigos é algo comovente. Adorei a presença de cada um de vocês.
Quem quiser conferir como foi é só clicar no vídeo anexado ao post para ter uma ideia da noite de estreia de “O caso Laura”.

Tentarei postar fotos e vídeos dos eventos que eu conseguir registrar nessa book-tour. Domingo, dia 10 é a vez de São Paulo, seguindo para Campinas dia 12. A lista completa e detalhada dos eventos vc encontra aqui no blog mesmo clicando em “eventos” no menu ai ao lado.

obrigado a todos!

e vamos em frente!

Evento para blogueiros em SP

Posted in eventos, literatura fantástica, literatura nacional, novidades! with tags , , , , , on 03/31/2011 by André Vianco

Coletiva para blogueiros

Reconhecendo o tanto que os blogueiros dos sites ligados a literatura ajudam na divulgação de meus livros, vou dedicar um tempo exclusivo a vcs antes do lançamento de “O caso Laura” em SP, na livraria Saraiva do Shopping Center Norte no dia 10 de abril de 2011, domingo.
O evento será para falar do novo livro “O caso Laura” e para responder a perguntas sobre o que vem por ai. O encontro com blogueiros será às 14hs. e às 15hs começará a tarde de autógrafos. Blogueiros interessados devem mandar um mail para minha assistente Andréia Melo no andreiamelo@criamundos.com . Mande no assunto: evento blogueiros. Já no corpo do mail descreva seu blog rapidamente, mande o link e a visitação mensal aproximada e a razão de querer participar desse evento exclusivo. Seja rápido porque são poucas vagas disponíveis.
Os selecionados receberão uma cópia antecipada de “O caso Laura” para resenhar.

É, minha cabeça é grande mesmo, pra caber tudo q eu invento não poderia ser compacta! rsrsrs.

Book Trailer “O caso Laura” e primeira resenha no Diário de São Paulo

Posted in a vida como ela é, eventos, literatura brasileira, literatura fantástica, literatura nacional, novidades! with tags , , , , , , , on 03/31/2011 by André Vianco

Olá,

Duas novidades contemplam meu novo livro “O caso Laura”.
Segunda-feira saiu a primeira resenha comentando a história de Laura, Marcel e Alan. Confesso que fiquei bastante feliz e orgulhoso com as palavras encontradas na matéria que foi um bocado elogiosa. Surpreso também, porque o livro ainda nem chegou às lojas e uma resenha feita com uma prova mostra que o jornalista Roberto Pompeu foi pego pela narrativa e a devorou em poucos dias. “O caso Laura” está estreando com o pé direito.
A manchete da resenha de página inteira também é simpática: “Ele já falava de vampiros antes de Crepúsculo”.
Nunca me preocupei demais com os textos das matérias jornalísticas na fase crepusculete da mídia. Nego me ligava e perguntava o que eu achava de “Crepúsculo” e nem perguntava nada sobre meus outros 12 livros publicados. Era surreal. Nem precisamos nos afundar numa análise profunda para entender a razão de isso ser assim, assuntos como comportamento de manadas e tantas outras teses viriam a baila, tudo para explicar que é tudo desse jeito mesmo, a população vai atrás daquilo que está em voga. Também não posso reclamar da fase crepusculete do mercado, haja vista que as vendas de meus livros vampirescos saltaram a olhos vistos e que, no fim das contas, os filhotes da Meyer fizeram surgir milhares de leitores do Vianco por conta da onda de vampiros. O que me deixava chocado era a falta de tato de muitos jornalistas que se abalavam nem sei de onde para vir ao meu escritório ou minha casa para perguntar o que eu achava de Crepúsculo e ponto. E se por ventura perguntavam sobre meus livros, não raro ouvia expressões de espanto com a quantidade de livros publicados, a quantidade de livros vendidos, a diversidade de assuntos e títulos abordados… quer dizer, eles nem sabiam com quem estavam falando. kkkkkkk. Por isso que uma matéria que conta um pouco de mim para o público de fora das livrarias me deixa contente e faz com que eu me sinta reconhecido como autor nacional. Acho que esse é anseio bem comum a todos que se arriscam no mundo das letras, que escrevem para serem lidos e comentados. Muitos autores nacionais de nossos dias ainda terão essa alegria, de encontrar seus livros resenhados em jornais e revistas e ter seu trabalho respeitado. Um abraço e um muito obrigado ao Roberto Pompeu e também ao time de profissionais do Diário de São Paulo.

Leia a resenha seguindo o link: http://www.diariosp.com.br/index.php?id=/viva/noticias/materia.php&cd_matia=50684

Book Trailer

A segunda boa nova é que foi posto no ar hoje o book trailer do livro “O caso Laura”. Foi produzido pela equipe da Seven (que está trabalhando nos efeitos visuais e pós-produção do seriado “O turno da noite”) e que mais uma vez está de parabéns.

Assistam e divulguem, por gentileza.

Vejo vcs nas próximas noites de autógrafos (tá chegando!) – confiram a lista de eventos na minha página de eventos ai do ladinho.

bjs pra garotas, abraços pros carinhas!

André

O caso Laura – capa e eventos

Posted in literatura fantástica, literatura nacional, novidades! with tags , , , , on 03/10/2011 by André Vianco

Capa criada pelo designer Christian Pinkovai, parceirão desde "Os sete".

Lançamento de “O caso Laura”

Está chegando o dia. Depois de uma dúzia de livros lançados, lá vem o meu 13° livro. Um número bastante razoável para uma carreira iniciada no ano 2000. 13 é o número da sorte. Eu deveria já estar bem acostumado com essa coisa de data de lançamento de livros chegando… deveria. Mas não estou, graças a Deus. Assim não enjoo tão cedo de contar histórias, colocá-las no papel para depois vê-las chegando às livrarias. Já roi as unhas pensando em como vcs, leitores, vão receber essa nova viagem. A história de Laura começa parecida como a de muitas pessoas, sombria, triste e sem perspectiva. E o pior de tudo é que ela nem sonha que estão seguindos seus passos, do amanhecer ao anoitecer, anotando tudo o que ela faz e deixa de fazer. “O caso Laura” é um livro, digamos, policial dark. Apesar das páginas não serem habitadas por vampiros, foram escritas por mim, o que é garantia de que tem coisa estranha vindo por ai. hahahahaha.

O livro sai da editora Rocco no finalzinho do mês, lá pelo dia 26. Os primeiros encontros com leitores acontecem em abril. Prometo visitar o máximo de cidades que for possível. Alguns eventos já estão confirmados, então postarei logo abaixo as primeiras cidades por onde passarei.

Podem levar seus bolinhos de livros para os autógrafos, sim, contudo só lembrem que às vezes as filas são longas e autografar cada um dos livros pode gerar um certo desconforto em quem espera. Se a fila tiver pequenininha ou vc estiver no finalizinho dela, ai, sem problema algum. ^^

A primeira noite de autógrafos acontecerá no Rio de Janeiro, dia 6 de abril de 2011. Segue a primeira lista de locais e horários.

Eventos: Abril de 2011

6 de abril – Rio -Livraria Saraiva Botafogo Praia Shopping – quarta – das 19 às 22 h.
10 de abril – São Paulo – Livraria Saraiva Shopping Center Norte – domingo- 15 às 18h.
12 de abril – Campinas – Saraiva Shopping Iguatemi – terça – 19 às 22h.
13 de abril – Joinville – Livrarias Curitiba do Shopping Mueller – quarta – 19 às 22h.
14 de abril – Florianópolis – Livrarias Curitiba – quinta – 19 às 22h.
15 de abril – Porto Alegre – FNAC – sexta – 19 às 22h.
25 de abril – Belo Horizonte – FNAC Belvedere – segunda – 19 às 22h.
26 de abril – Curitiba – Livrarias Curitiba Shopping Palladium– terça – 19 às 22h.
28 de abril – Londrina – Livrarias Curitiba do Shopping Cautaí – quarta – 19 às 22h.

Eventos em maio 2011

02 de maio – Poços de Caldas – FLIPOÇOS – segunda – 20hs.
03 de maio – Brasília – Saraiva Shopping Pátio Brasil – terça – 19 às 22h.
04 de maio – Salvador – Livraria Cultura Salvador – quarta – 19 às 22h.
05 de maio – Fortaleza – Livraria Cultura Fortaleza – quinta – 19 às 22h.

Outras cidades ainda estão pendentes para confirmar eventos e tão logo surjam novidades eu posto aqui para vcs irem acompanhando.

O caso Laura – Capítulo 1

Posted in literatura brasileira, literatura nacional, novidades! with tags , , on 02/16/2011 by André Vianco

– Não sei se eu já te falei, pai, mas arranjei um amigo novo. Acho que faz umas quatro ou cinco semanas que nos encontramos todos os dias. Vejo mais ele do que vejo você, mas sei que você entende e não fica chateado com isso. Você sempre quis que eu me divertisse mais, sempre me empurrou para os carinhas interessantes quando eu estava no colégio, me encorajando e conversando comigo a respeito de tudo na vida.
Laura suspirou e ficou olhando para o pai, meio que esperando uma resposta, um sinal de aprovação.
– Você sempre fez o tipo de pai moderninho. Minhas amigas não acreditavam quando eu contava os papos que a gente tinha. Quando eu contava das vezes que você me tirava do quarto, da frente do computador ou da TV e fazia eu me trocar e colocar batom e tudo pra ir a uma festa ou baladinha com as amigas, elas surtavam. Diziam para eu cuidar de você até o fim da minha vida porque pai assim não existe.
O sorriso tímido que teimava em brotar nos lábios sempre morria quando chegava o silêncio. Ela falava com o pai usando um tom baixo na voz. Não que o pai fosse se importar com o volume, mas ela sempre teve aquilo, verdadeira aflição em ser notada e horror a incomodar os outros com sua voz aguda. Lembrava do desconforto que era escutar a si própria numa gravação caseira, falando para a câmera nas festas de amigas ou na formatura. Já que estavam em um hospital, tinha medo dos familiares do leito ao lado a ouvirem fazendo suas confissões eventuais ao pai acamado. Ela deixou outro suspiro fugir do peito e cruzar a distância entre ela e o pai calado. De tempos em tempos ela ajeitava o cabelo e remexia as rosas no jarro d’água improvisado como vaso. Casa de ferreiro, espeto de pau. Ela bem que podia trazer um vaso decente, mas nunca lembrava por conta de só visitar o pai quando dava na veneta ou quando estava demasiadamente deprimida, sem ninguém mais para escutá-la. Evitava estar ali, não por falta de paixão ou consideração, mas é que a jovialidade e a intensidade das palavras daquele homem em muitas conversas travadas num passado nada distante oprimiam ainda mais o peito daquela filha. Raro era o episódio em que ela entrava ali, naquele quarto, de caso pensado, com tudo planejado e esquematizado na agenda. Acontecia de ela estar ali. Muitas vezes com os olhos rasos d’água pela tristeza que pisoteava seu peito ou tomada pelas lembranças dos carinhos e cuidados daquele paizão ausente que segurava tanto a sua barra.
Laura ficou calada mais um tempo, passando a mão suavemente em seu próprio pulso. Parava, inconsciente, nas lombadinhas que tinham se formado ali, na pele. Quelóides, cicatrizes deixadas pelo desespero. Olhando para as rugas no rosto do pai, as papadas que começavam a crescer, o cabelo já branquinho apesar do topete cheio, tudo compondo e acusando o açoite certeiro do tempo, deu um novo suspiro. O pai continuou calado e ela, mesmo sem resposta alguma, seguiu seu misto de confissão e desabafo.
– O nome desse meu amigo é daqueles que a mamãe gostava, nome de anjo. Miguel.
Ela pausou a fala e olhou para o armário do leito vizinho. Lá, repousava uma estatueta de um anjo com uma lanterna de vidro e fogo agarrada pela mão.
– Já contei que estou trabalhando na igreja do centro agora? Acho que não. Os cupins aprontaram umas boas por lá. Pelo menos eu e a Simoneca teremos trabalho até o fim do ano. Benditos sejam os cupins, pai.
Novo período de silêncio. Laura suspirou antes de continuar.
– Não sei se é por causa do Miguel ou por sua causa, papai, que eu resolvi esperar mais um pouco – disse, em tom mais baixo ainda, as palavras entremeadas por fungadas.
Agora Laura chorava. Ficou calada por mais de dez minutos, olhando fixamente para o pai. Às vezes tinha a impressão de estar falando com uma casca vazia e isso a enchia de medo e solidão. O tubo de oxigênio entrando pela narina do pai era o que o mantinha vivo. Desde o acidente vascular cerebral seu pai ia desaparecendo aos poucos, desvanecendo como um sonho bom. Ela tinha verdadeira fobia ao passar do tempo, a necessidade de ter de visitá-lo naquele estado. Tinha a impressão que mais dia, menos dia, quando entrasse no quarto, não encontraria mais nada em cima da cama a não ser o pijama, o lençol e o cobertor – mesmo que a enfermeira e o doutor Breno dissessem que seu pai, de alguma forma, ainda estava ali. Saudável como um touro, seu pai nunca tinha tido nada na vida além de um resfriado corriqueiro ou uma incômoda dor de garganta. Nada de colesterol alto, nada de pressão alta nem diabetes. A única luta que o pai travara em nome da saúde tinha sido contra o vício do cigarro. Ainda assim, gabava-se, rindo com os amigos, dizendo que aquela tinha sido uma guerra preventiva. Sempre magro e ativo, sorridente e bem humorado, um porto seguro de equilíbrio e alto-astral para atracar e pedir guarida em períodos de tristeza e depressão. Um dia, simplesmente do nada, aquilo. Um mal-estar, uma dor de cabeça chata, um corpo que não se levantou mais da cama. Um telefonema da faxineira que ia, por sorte, toda quarta, avisando que o pai estava doente, esquisito, sem sair da cama, falando tudo embolado. Laura entrou em choque, achando que o pai estaria morto antes de ela chegar até a casa. Só conseguiu pensar em doutor Breno, o dono do hospital onde o pai trabalhava nos últimos doze anos. Doutor Breno veio pessoalmente e foi ele quem diagnosticou e tratou da internação imediata do amigo. Foi justamente nessa época que Laura desmoronou uma segunda vez.
A mulher enxugou as lágrimas sabendo que era isso que ele faria se estivesse desperto, ao seu lado. Mais uma vez ela encarava o pai e, sem se dar conta, alisava a cicatriz no próprio pulso. Não entendia como uns lutavam tanto para manterem-se agarrados ao fio da vida e outros, fracos como ela, entregavam-se de bandeja às teias da morte, de bom grado, de boa vontade, com todo desejo de ir-se embora para o outro lado do manto, e acabavam sendo regurgitados para essa existência que todos os conscientes teimavam em chamar de vida. Ela vinha perdendo as forças. Laura conseguia ludibriar a todos vestindo um sorriso ensaiado e desfilando com ele pela rua, pela padaria, entre os amigos de trabalho. Era mais fácil assim. Com um sorrisinho besta, ninguém notava a tsunami devastadora correndo e erodindo sua alma bem ali, dentro de seu peito. Queria que aquele sorriso na frente do espelho também a enganasse, forjando felicidade, mas não conseguia. E agarrava-se levemente à vida, esperando pelo pai. Tinha que ter certeza de que não iria desapontá-lo. O consolo e o único remédio vinha sendo aquela nova e inesperada amizade com Miguel, que mais que um bom amigo era um bom ouvido. Miguel não a julgava nunca. Miguel não queria saber de seu passado, se ela tinha sido ou não culpada e nem sabia que ela um dia tinha tentado acabar com a vida.